As comunidades do município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro, foram as primeiras a ser ouvidas
Foto: Bruno Leão/ Sedecti
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti) deu início à primeira etapa dos Diálogos de Bioeconomia com o objetivo de ouvir as comunidades do interior na construção do Plano Estadual de Bioeconomia do Amazonas. O município de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro (a 852 quilômetros de Manaus), foi o primeiro a receber a consulta, nesta quinta-feira (24/04), reunindo representantes indígenas, empreendedores, instituições de ensino e técnicos da prefeitura.
Realizado na Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela, o encontro foi marcado por debates sobre as potencialidades da biodiversidade amazônica e a necessidade de estratégias de desenvolvimento sustentável adaptadas à realidade local.
“A ideia do diálogo é trazer a discussão para ouvir as demandas de quem realmente vive no território e vive do território. É um plano que vai ser construído a várias mãos, e que quer realmente entender as principais demandas de quem vive aqui para que esse plano contemple a realidade de cada território”, detalhou a chefe de departamento da Sedecti,Cisnea Basílio.
Foto: Bruno Leão/ Sedecti
A participação ativa da sociedade civil foi um dos pontos altos do encontro. Representando a Associação de Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira (Assai), Maria de Jesus da Silva Miranda, da etnia Desana, reforçou a importância da inclusão dos saberes tradicionais no processo de formulação do plano.
“Foi muito bom contribuir com essa bioeconomia que o Governo do Amazonas nos disponibilizou para dar sugestões e criar estratégias. Tivemos um aprendizado muito grande nos debates que abriram nossas mentes para pensar uma bioeconomia voltada para São Gabriel da Cachoeira. Contamos com o apoio do Governo do Estado para que esse plano traga benefícios para toda a nossa população”, disse Maria de Jesus.
A construção coletiva do plano também conta com a colaboração de representantes de instituições de ensino como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto Federal do Amazonas (Ifam), presentes no encontro.
Foto: Bruno Leão/ Sedecti
“É um privilégio participar da composição do plano. Sabemos que o desenvolvimento deve andar alinhado com as questões ambientais. Aqui temos uma biodiversidade riquíssima que precisa ser usada para gerar riqueza e melhorar a qualidade de vida da população”, destacou o professor da UEA, Lúcio Pinto.
A professora do Ifam, Cleoni Virgínio da Silveira, afirmou que apoia a construção, em parceria com o estado, de caminhos que favoreçam o desenvolvimento regional. “Temos uma biodiversidade muito rica em São Gabriel e diversas instituições engajadas com a pauta da bioeconomia”, avaliou.
Foto: Bruno Leão/ Sedecti
Durante a escuta, foi identificado como ponto prioritário o fortalecimento de arranjos produtivos locais que valorizem produtos da floresta e saberes tradicionais, com vistas à geração de renda e preservação ambiental.
Os Diálogos de Bioeconomia seguirão por outros 61 municípios do estado ao longo dos próximos dias. A meta da Sedecti, de acordo com Cisnea, é construir um plano robusto, que reflita as realidades e potencialidades de cada território do Amazonas, garantindo o protagonismo das populações locais no desenvolvimento sustentável da região.