Apresentação foi feita no 10º Congresso Norte e Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde
FOTOS: Aline Reis/FVS-RCPA Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), destacou, neste sábado (06/09), a experiência pioneira do Amazonas na descentralização da soroterapia no 10º Congresso Norte e Nordeste de Secretarias Municipais de Saúde, realizado em Manaus.
O evento, que segue até segunda-feira (08/09), reúne gestores, pesquisadores e profissionais de saúde para debater os principais desafios do Sistema Único de Saúde (SUS), com ênfase em especificidades regionais.
Para a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud, o congresso evidencia a singularidade das regiões Norte e Nordeste na consolidação do SUS, territórios que exigem estratégias específicas para garantir o atendimento às necessidades da população.
“O Amazonas apresentará no evento os avanços conquistados, especialmente no Telessaúde, que é pioneiro no país e tem ampliado o acesso e reduzido o tempo de espera. Também destacaremos a importância de um Sistema Único de Saúde desenhado de acordo com as particularidades da nossa geografia”, ressaltou a secretária.
FOTOS: Aline Reis/FVS-RCPDestacada pela Vigilância em Saúde do Amazonas, durante a programação, a descentralização da soroterapia é uma iniciativa integrada da SES-AM, por meio da FVS-RCP e da Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), em parceria com o Ministério da Saúde, via Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, ressalta que a iniciativa de descentralização representa um marco de equidade em saúde. “É mais do que uma solução logística. Levar o soro antiveneno às comunidades indígenas e ribeirinhas é atuar para que cada pessoa, independentemente da distância geográfica, tenha acesso ao atendimento em tempo oportuno”, afirmou.
A descentralização da soroterapia é uma estratégia que tem transformado o enfrentamento de acidentes com animais peçonhentos, como picadas de serpentes e escorpiões, no Amazonas. Antes, concentrado em unidades de referência dos municípios, o tratamento passou a ser distribuído a polos estratégicos no interior, incluindo os sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) e 14 polos-base, possibilitando acesso rápido ao soro antiveneno em localidades de difícil acesso.
Responsável pela palestra sobre a descentralização de soroterápicos, o diretor do Departamento de Vigilância Ambiental e Controle de Doenças da FVS-RCP, Elder Figueira, enfatizou que a política nasceu da necessidade de enfrentar os desafios logísticos característicos na região amazônica. “Com polos distribuídos nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas e polos-base, conseguimos oferecer tratamento rápido e eficaz, salvando vidas em locais remotos”, ressaltou. O tema foi discutido dentro da sala temática voltada à saúde indígena.
O congresso também contará, no domingo (07/09), com a participação do diretor de Vigilância Epidemiológica da FVS-RCP, Alexsandro Melo, que atuará como moderador da mesa que debaterá sobre políticas públicas para enfrentamento de doenças e agravos não transmissíveis, desafios e novos cenários enfrentados pelas vigilâncias e perfil de morbimortalidade para as ações.
A participação da FVS-RCP no congresso também inclui estande com orientações sobre as ações da vigilância em saúde estadual. Ainda pela FVS-RCP, estão sendo oferecidas vacinação para adultos, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus.
Particularidades territoriais Norte e Nordeste
Com o tema central “Do Norte ao Nordeste: Regionalização e a Gestão Municipal diante dos desafios climáticos e de acesso à saúde”, o 10º Congresso Norte e Nordeste das Secretarias Municipais de Saúde é um fórum de debate sobre saúde pública do país.
O evento, promovido pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Amazonas (Cosems-AM), discute estratégias inovadoras para fortalecer o SUS frente aos novos cenários impostos pelas mudanças climáticas e pelas particularidades territoriais das regiões Norte e Nordeste.
O presidente do Conasems, Hisham Mohamad Hamida, destacou a importância do evento. “O congresso é fundamental porque coloca, em debate, os desafios da regionalização da saúde, especialmente na região Norte, onde a dimensão territorial e as desigualdades tornam, ainda mais, difícil garantir financiamento e acesso aos serviços do SUS”, enfatizou.
A presidente do Cosems-AM, Adriana Moreira, destacou a relevância da iniciativa que reúne 16 estados brasileiros. “O evento reúne gestores de 2 mil municípios para debater temas fundamentais. As discussões são fundamentais para qualificar as políticas públicas e serão levadas ao Ministério da Saúde”, afirmou.
As discussões do congresso, segundo a secretária municipal de Saúde de Manaus, Shádia Fraxe, são adaptadas às necessidades locais. “Estamos discutindo os desafios da regionalização, os impactos climáticos e outras questões que afetam a saúde da nossa região, para que possamos fortalecer cada vez mais o SUS”, afirmou.
O diretor do programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, Rodrigo Oliveira, ressaltou que o objetivo é mobilizar esforços para para ampliar o acesso e reduzir o tempo de espera no SUS. “A iniciativa é fundamental para adaptar as estratégias do SUS às necessidades concretas dos estados e municípios. É uma oportunidade para debater temas, como clima e atenção especializada, e dialogar com as secretarias municipais de saúde”, destacou.
A iniciativa também conta a parceria institucional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a organização integrada entre Conasems, Cosems-AM, SES-AM e o Ministério da Saúde.